domingo, 14 de setembro de 2008

A curta semana, ou como se dá o início de um novo período letivo

Não será nenhuma novidade observares que o último tópico data de um época longínqua, de um tempo antes do tempo. Mas se entenderes que a semana de negligência era um semana de feriado prolongado, verás que a falta não foi tão brutal.
O curioso dos feriados é a percepção de que eles não tem a mesma duração que um equivalente de aula, isto é, uma semana de feriado sempre é (muito) mais curta do que se a mesma fosse uma semana de aula. Se tal proposição é contrária a quaisquer argumentos físicos, deixarei a discussão aos físicos, mas o fato é que pessoalmente tal fenômeno é mais nítido do que nunca.
Ainda mais curioso do que esse rompimento de fronteiras no tempo e espaço é notar que paralelamente às promessas de começo de ano, sempre existem as promessas de começo de semana de feriado. Asserções simples, como "Farei toda a tarefa de X" ou "Estudarei para a prova de Alfa", abundam em nossas mentes nestas épocas do ano. Infelizmente, não é nada curioso perceber que se por um lado chegamos até a nos entusiasmar com nossas promessas, por outro, observamo-las evaporar uma a uma, senão no próprio primeiro dia, fatalmente nos subseqüentes. E, no dia derradeiro, o último lampejo de ócio que resta e estranhamente o mais curto deste curto tempo feriadal, é que arregaçamos as mangas e pomo-nos a compensar um tempo que foi deliberadamente convertido em horas de diversão.
Ressalve-se, todavia, que não há intuito algum em reprovar o que foi (ou deixou de ser) feito. Fatalmente teria ocorrido o mesmo ainda que a tecnologia de transporte transtemporal estivesse popularizada.
E já que tanto falamos de curiosidades, acresentemos mais algumas a este fenômeno denomidado feriado prolongado.Quando finalmente deseja-se agir a respeito das tarefas em suspensão, as ferramentas nescessárias para tal (leia-se internet) decidem colapsar, e como a eterna espera por auxílio técnico é tão impensável como crer a radiação gama pode ser desviada por campos elétricos ou magnéticos, o que já é curta semana,fica mais curta ainda, compelindo-nos a retomar mais cedo nossas posições de trabalho. Felizmente nem tudo é perdido, pois sempre há a chance de uma festa inesperada acontecer, e se não pode haver consolo psíquico, ao menos o digestório poderá ser feito.
Tais argumentos postos, deves ficar evidente a ti, leitor-inquisidor, como é aceitável evitar o post por tanto tempo e ainda permanecer em crédito no mundo fabiológico que jurastes defender tempos atrás.

domingo, 7 de setembro de 2008

Somatório, ou eventos em tempo invertido

Muito embora seja de praxe considerarmos um dia com as suas 24 horas e que seria ainda mais conveniente tratar um post como um dia, por que não juntar três dias de ausência fabiológica em um resultado somatórico? Chamemos estes dias de um único dia, e que portanto comecemos falando do início deste longo dia, que nada mais é do que o dia um deste trio, e terminemos com o fim deste mesmo longo dia, que continua a ser o terceiro filho prógido desta trinca.
Logo, a nossa, ou melhor, minha imaginária manhã, começa com uma viagem. Tomado a liberdade de esquecer o período letivo que se passou antes desta viagem, pois assim esqueço do fato de que recebi tarefas para o feriado ( o que é paradoxal, pois se eu queria esquecer nem deveria ter escrito), retomemos ao fato de que o dia Somatório começou com a migração de uma casa para outra casa, sendo que na verdade quando apareceu a palavra manhã deveríamos ter lido noite. Mas, como a nossa noite amanhecida tem pouco significância frente ao que se deu na tarde e noite subseqüentes, assumamos nova postura de negligência, imaginando que já a manhã não é mais manhã... é hora da tarde, segunda parte.
Dos planos e ações vespertinas, merecem destaque dois eventos. O primeiro soa mais como estória, uma nota de rodapé... sobre um frango assado caseiro cuja preparação se deu em quase cinco horas (das quais três no forno) e cuja ingestão foi em um pouco mais de quinze minutos. O segundo momento de destaque foi o reencontro com os velhos, mas sempre novos, amigos, com os quais os acontecimentos sempre se tornam mais engraçados e cada encontro é uma surpresa e aprendizado.
Finda as atividades da tarde voltemo-nos ao final deste somatório. Aqui também se inverte o tempo, pois o que estamos chamando de noite é simplemente dia e nada mais razoável do que ir a um clube de dia do que de noite. E foi nesta noite que o fim de The Man in the High Castle se deu. Quando uma história fascinante tem que impreterivelmente acabar. Assim se dá com os homens, por que também não com os livros que sobre eles falam?

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Capítulo Dezenove, ou palavras-chave de um superdia!

Dia quente. Três garrafas, uma na mochila, duas na sacola. Um ônibus com impedimento estérico biológico. Slides sem fim. Nova legal bonita Mochila. Corpos e muita gordura. Avenida cheia. Noviça Rebelde e Fantasma da Ópera. 5 reais por uma vaga gratuita. Calor. Caminhada. Caminhada. Caminhada. Calor. Mesa entre árvores. Sanduíches, patê, refrigerantes, chá, biscoitos, pombas, insetos, frutas, lixo reciclável e orgânico. Caminhada. Calor. Calor. Caminhada. Planetário inexistente. Caminhada. Caminhada. Oca e Bossa Nova. Bossa Nova primeiro andar. Bossa Nova segundo andar. Bossa Nova areia. Fotos. Fotos. Fotos. Sons de Laser na placa de metal (novo toque telefônico?). Flinstones. Gangorras e alavancas de Física. Guaraná quente. Avenida. Blitz. Por que ir se depois tem que voltar? Qual a direção? Caminhada para casa. Espera. Doces de oito reais. Espera. Espera. Espera. Carvão e mesa no pátio. Assar. Comer. Assar. Comer. Comer. Dormir.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

"Das Negativas", ou o último dia de um ano fábico

Tomando a liberdade de plagiar o título de um dos livros de um dos escritores mais renomados da literatura nacional e internacional( o que não significa que conseguirei mimetizar o estilo, a filosofia e classe machadiana), não começarei com otimismo... O blusão não foi achado, não é mais achável, não há mais o reencontro idílico imaginado no dia passado... A orquestra não foi ouvida, não houve ida ao auditório, não houve jogo de badminton... Mas não é dia de lamuriar... Não é o fim de tudo, não é também o começo extraordinário... É o pequeno grande último dia de um ano fábico, no qual o Janeiro é Setembro e que completa mais um ciclo nas horas que se seguem... Não é para se terminar um ano com tristezas, mas com felicidade do que foi e com esperança no que será. E é assim que hoje deve terminar... Não às velhas instituições fábicas! Não ao retrocesso evolutivo de cada dia e de cada um! SIM ao futuro quiçá melhor!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Primeiros contatos, ou a história da perda de um blusão

Hoje é dia de Fábio??? Não.... Hoje, não, quem sabe amanhã, um novo dia é sempre um bom dia, pelo menos deveria ser. Mas voltemos ao hoje, ao dia fatídico em que terrivelmente perdi um blusão... Sim, um blusão comum, de pano, preto, com detalhes cinzas, um simples blusão, mas o MEU blusão, qual! Mas onde o perdi??? ora, ora, onde mais senão na sala de aula... quando o tirei devido ao calor (por que raios faz frio de manhã e calor a tarde??? Aliás, por que faz muito frio de manhã e muito calor de tarde??? hein, meteorologistas???). E por que a virologia pode ser tanto maçante assim??? sou eu ou uma hora de aula se tornam quatro de uma conversação monotônica e sonolenta??? Tantas perguntas e um blusão perdido... Como é que só fui notar quando já estava a caminho de casa, quando filosofando sobre como estava esfriando (de novo o tempo nas nossas discussões) eu percebi que algo faltava... sendo que horas antes eu participei de um diálogo sobre outro blusão perdido, mas este felizmente encontrado rapidamente... enquanto o meu...
Porém não resolve chorar sobre as vestimentas esquecidas em carteiras (não enquanto tenho esperança de reencontrá-lo numa cena idílica amanhã)... Por que os focos dos microscópios de Botânica não focalizam bem? Lâminas mal preparadas? mas a da dupla coloração foi boa ... Fazer agora (entenda-se semana do feriado) lista já feita de radioisótopos... fazer o já feito... não é refazer.... é fazer sem olhar (como se fosse possível) a resposta na própria folha... Et cetera , I Ching... I Ching... bem que poderíamos olhar um destes para tantas perguntas...

Introdução à Fabiologia

Fábio s.m.: plantador de favas... ou "fava que cresce".

Saudoso Visitante,

É com grande gratificação que lançamos hoje a primeira edição de Fabiology, um tratado importantíssimo para aqueles que estão interessados no conhecimento das ciências fábicas. Embora poucos saibam, o estudo fabiológico é um dos mais intrigantes desafios da Ciência. O desmembramento da mente fábica requer extremo cuidado, pois não é incomum que os que o façam de forma incorreta acabem danificando sua própria sanidade. O trabalho é incessante, mas recompensador. Fatos insólitos e realidades obtusas podem ser abstraídos da análise, mas apenas as mentes bem treinadas podem compreendem razoavelmente bem o que para muitos não passa de um inútil desperdício de tempo de existência.
Foi com o intuito de auxiliar aqueles poucos corajosos dispostos a despender um pouco de seu tempo no conhecimento dessa (às vezes nem tão) fascinante ciência que resolvemos criar este trabalho, digamos, um guia neste universo único. Não buscamos, porém, tornarmo-nos vozes absolutas (e nem conseguiríamos) neste assunto, tampouco obscurecer os poucos trabalhos já existentes. Nosso intuito é lançar as bases dessa pesquisa e permitir sua continuidade. Feitas tais ressalvas, é com orgulho que introduzimos ao Visitante esta obra.
Atenciosamente,
Fábio e Fábio (fabiologistas desde 1989)