segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Crimson Diary

11.Jan.2009 - Noite

Por que tudo tem que se encaminhar dessa maneira? Qual é, afinal, meu bloqueio? De onde vem tanto medo em agir?

Eu me sinto muito sozinho agora. A desilusão é latente e me persegue. A solidão pulsa como um relógio, no mesmo ritmo, tic-tac, sempre aqui, tic-tac, tic-tac, tic-tac. Como posso esquecer? Tento fugir dela fantasiando, imaginando realidades paralelas, realidades que sejam como eu gostaria. Mas a fuga é apenas momentânea. A fantasia me embriaga por um curto período de tempo, mas na verdade o que ela faz é me erguer, me colocar bem lá no alto, tornando ainda maior e mais violenta a queda em direção ao duro e frio chão da (verdadeira) realidade. Espatifo-me com tudo, a alma fica em migalhas. Recompô-la tem sido cada vez mais difícil.

Escrevo para não enlouquecer. Mais uma vez fantasio. Um leitor imaginário, que subitamente se interesse pelo que se passa, leia as páginas, comente, ajude-me. Mas sei que a ajuda não pode vir de fora. Estou no meio de um labirinto cujas paredes eu mesmo ergui, mas que não tive o cuidado de desenhar um mapa. Estou perdido e sem coragem e arriscar algum dos corredores que se apresentam à minha frente.

O que eu espero? Mal sei. Talvez algum tipo de catalisador, que torne a minha reação mais rápida e fácil. Mais uma vez fantasio. Já houve um dia em que eu pensava que achei essa peça, o formato perfeito que completaria esse buraco no fatal esquerdo. Como me enganei. O êxtase momentâneo deixou-me sem razão, agindo por puro impulso. Quando percebi o estrago estava feito.

E assim eu espero. Quando na verdade não devia.

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